A informação televisiva ganhou lugar na abertura do último dia do Congresso de Ciências da Comunicação. Diferentes perspetivas encontraram um parecer comum através de um debate. 

Maria Leonor, jornalista açoriana, recorreu a uma análise de dados para destacar a mediatização precária do Arquipélago dos Açores na televisão nacional (catorze vezes em quatro meses). As notícias giram em torno de três grandes temas: futebol – a jornada do Santa Clara no campeonato nacional, cultura – a preponderância da série portuguesa “Rabo de Peixe” na Netflix e, em último, o clima – diversidades meteorológicas que a região enfrenta. Sendo mais tarde relembrado que as nove ilhas realmente importam na altura das eleições presidenciais. 

Fabiana Piccinin, professora da UFSC, elaborou um estudo profundo do Jornal Nacional brasileiro nas redes sociais. Nesta investigação sublinhou o modo como conceitos tradicionais como o broadcasting e o narrowcasting ainda se encontram no amago dos telejornais. E a forma como o netcasting veio a trazer mudanças para a divulgação da informação e a maneira como a mensagem é entendida pelos públicos. Na conversa, ficou uma chamada de atenção para a perda de informação que ocorre na transposição de notícias para as principais redes sociais. E foi ainda mencionada a postura conservadora adotada pelos telejornais que, até à data, não encontraram uma linguagem adaptada ao contexto.

Para concluir, Felisbela Lopes, professora da Universidade do Minho, explorou os contributos da informação enquanto bem público. Baseando-se no Livro em Branco do SPM, defendeu a informação como um bem essencial, mas que precisa de uma transformação imediata. A criação de novos editoriais, a descentralização das audiências e a existência de canais que promovam uma cidadania ativa e responsável são algumas das recomendações mencionadas.

Por: Nuno Louro.

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