Lembranças culturais e a evolução do quotidiano foram temáticas abordadas durante o último dia do XIII Congresso da Sopcom.

Inês Beleza Barreiros abriu a conversa expondo o tema “Espaço público, museu e produção científica”. No seu discurso, expôs o legado das colónias e do mundo africano existente em Portugal e nas comunidades lusófonas. Por meio de bustos, estátuas e pinturas ilustrou o quotidiano da época, revivendo memórias de uma época repleta de precaridade, visível ao olhar para certos marcos culturais. 

Rita Ribeiro, professora de Sociologia na Universidade do Minho seguiu uma ordem cronológica para aprofundar as mudanças do homem e do pensamento humano ao longo dos tempos. Antigamente, deuses eram ilustrados com feições humanas para os tornar mais reais. Mais tarde, foram concebidas criaturas híbridas vistas como sinal de perigo por apresentarem um lado desconhecido. Na atualidade, os superpoderes estão presentes no domínio da tecnologia e da inteligência artificial que atuam como figuras animadas, apesar de não terem um vínculo emocional. A sua presença em todas as temáticas do quotidiano desde a arte, cultura e até mesmo a saúde está tão enraizada na nossa vida que se tornaram uma ameaça e pode até mesmo substituir as funções do ser humano. 

Por fim, foi ouvido o testemunho do realizador Augusto Fraga que exprimiu o modo como curtas, videoclipes e “outras coisas” são capazes de “dar voz” àqueles que não a tem. O realizador da série “Rabo de Peixe” afirma que as produções culturais (tal como o resto das temáticas abordadas na conversa) passaram por uma transformação. No entanto, em momentos em que é necessário falar para públicos mais diversos ainda se mantém presente alguma dependência naquilo que foi feito no passado por figuras como Manuel de Oliveira, em projetos aos quais “é difícil não ficar apegado e sentir nostalgia”. 

Por: Nuno Louro

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